Aborrecido de minha sabedoria
Desci a montanha solitariamente
Carregando os anos seculares
E os rios que nascem
Nas linhas da palma da minha mão
A abelha enfastiou-se do mel
O sol desceu às profundezas
Retornei ao meu corpo-espírito
E voltei a ser homem
Tudo tem o seu ocaso
Da imensidão dos astros
Ao brilho frágil de uma vela
Tudo é vão
Outro corpo em minha cama
Uma rosa na janela
Minha torpe consciência
O que é o homem
Se não uma ponte entre o animal
E o super-homem
Gritei isto ao infinito
E reclamei das pedras no chão
Onde meus pés, cansados, dormiam lentos
Onde escondi meus olhos
Do ódio, das colinas
Das aves de rapina
Que vigiavam meus pensamentos
Me declarei livre do tempo
Como a rocha e o mar
Deitei-me ao lado dos bichos
E esquecido de mim viajei
Pra outra definição de lugar
O que é o homem
Se não uma ponte
Pra outra definição de lugar